Não sei o que estou fazendo da minha vida
Todo dia me bate uma inquietação chata sobre fechar ciclos. Parar e ver que comecei centenas de coisas e não finalizei a maioria delas. Perceber que tem mais uma lista imensa de coisa que eu adoraria abandonar o navio e poder olhar lá da praia o naufrágio dos projetos que eu sei lá se quero continuar.
Porque sabe, a vontade é enorme de jogar tudo pro alto, igualzinho naquele meme em que a gente lembra que não pode fazer isso, porque precisa se enfiar na camisa de força do cotidiano, calar a boca e aguentar mais um dia.
Aí, bate a dúvida se eu abri ciclos bons pra mim e se fechei os certos. E eu não sei. A paranoia de ficar ali pensando nos “e se…” vem todo dia me dar um soco no estômago.
Eu caio sentada. Fito o nada. Eu não sei.
Eu não sei se estou no caminho certo e provavelmente não saberia distinguir se estivesse nele de qualquer forma. Viver a vida adulta é ter certeza de viver para sempre cercado dos fantasmas das coisas que a gente acha que deveria estar fazendo. Pois é, eu vivo dizendo que sou uma pessoa assombrada.
Mas a gente tá aí, né? Vai vivendo um dia por vez, se perguntando quais são as prioridades do agora, o que vamos fazer mais tarde e qual é o horário do almoço. Fazer o quê? Não dá pra jogar pro alto: não tem outra pessoa para catar suas coisas, e às vezes, não tem porra nenhuma pra jogar pra cima.
A vida é muito doida e a gente tem que fingir demência pra se manter são.
Eu acho que mesmo que eu não esteja no caminho certo, vou ter que fazer ele ser. Construir. De repente é este o ponto crucial. Mas adivinha? Eu também não sei.
Acho que preciso é de café.
E é isto. Viver um dia de cada vez, pagar um boleto de cada vez, bater um ponto de cada vez. E seguir. Tem sempre um amanhã pra gente ficar paranoico com mais alguma coisa.
Não tem muito o que fazer, né mores. Se tem eu ainda não descobri. Alguém compartilhe se souber de novidades. Fico no aguardo.
Aquele abraço.